CONFIANÇA PERDIDA...

              Como agir quando um colaborador resolve trair a confiança do líder?

Quando uma pessoa deposita sua confiança em alguém, geralmente é porque acredita na sua fidelidade. Brutus era considerado quase como um filho para o imperador Júlio César. Mesmo assim, sua cobiça falou alto. Ele estava entre os que queriam deter o poder do Império Romano, mesmo que isso custasse a vida de César.
Dinheiro, poder, vantagem, falta de gratidão, respeito ou ética. Esses são os principais motivos para quem resolve trair. Com Judas também foi assim. Ele foi um dos 12 selecionados para andar sempre em contato com Jesus Cristo e, por míseras 30 moedas de prata, entregou seu líder aos romanos.
            Mas trair líderes não se restringe aos tempos da Roma Antiga. Hoje em dia, vemos exemplos cruéis bem diante dos nossos olhos, como o recente caso do Banco Panamericano.
            O que fazer, então, para evitar que histórias de traição dentro das organizações aconteçam?  é preciso ter cuidado com quem é contratado pela empresa e, mais que isso, um líder tem de manter alguns pontos de controle sobre o que acontece dentro da organização, principalmente em se tratando da área financeira.

            A mente de um traidor
      Penso que é um ato de ousadia querer dizer exatamente o que passa na cabeça de um traidor, mas com certeza ele perdeu o senso de autoridade e seu senso de valores foi alterado. Isso pode acontecer por vários motivos, por exemplo: uma mágoa, uma expectativa não atendida, uma frustração por uma promessa não cumprida. Ou seja, sempre será por um desejo não aparente de dar o troco. Mas, como na vida não existe ação sem reação, provavelmente esse líder também contribuiu para essa traição.
       Provavelmente a ambição, o desrespeito e a falta de ética podem influenciar a pessoa a ter essa conduta. O líder deve criar um clima de confiança entre as equipes, bem como abrir canais de comunicação. Precisamos entender que as pessoas mudam o tempo todo, se redefinem e, com isso, sentimentos como ambição e inveja acabam aflorando, dando margem para equívocos entre papéis. Provavelmente, o que pode passar na cabeça de um colaborador quando ele ‘conspira’ contra seu líder é assumir o cargo que ele julga ser seu e acreditar-se mais competente que seu superior.

               Como prevenir traições
     Ser um líder “pé atrás” em relação aos seus funcionários não é a melhor saída para evitar ser traído por eles.  A confiança é algo que nunca se abandona,ela está ligada a nossa autoestima, ao autoconhecimento, o que gera uma força moral no ser humano. Liderar com ‘um pé atrás’ significa imaturidade pessoal e/ou profissional. Acreditar e confiar é dar significância aos colaboradores, gerando um clima saudável no ambiente de trabalho. Ingênuo é achar que dias difíceis são raros.
        Confiança se conquista, não se impõe. Ter ‘um pé atrás’ é um tremendo desperdício de energia. Imagine um líder refém de possíveis traidores: vai ter um desempenho baixíssimo, criar um clima de delação sem limites e um ambiente organizacional em que será impossível manter uma aliança entre mentes prósperas. A desconfiança é a matéria-prima do caos.
            Para prevenir possíveis traições, precisamos entender o coração dos nossos colaboradores, perceber quais são seus sonhos, seus objetivos, conheçer suas famílias, saiber quais são suas verdades profundas, seus valores, suas crenças, sua religião. Esse é um bom caminho para a construção de um grande alicerce. Sempre lembrando que existe uma margem de erro aceitável – afinal, até Jesus Cristo teve um traidor em sua equipe, que era de 12 executivos de alta performance, pois implementaram uma empresa que existe há mais de 2 mil anos. Não se consegue fazer cem mil amigos sem conquistar alguns inimigos. Mentirosos e traidores sempre existiram. Um líder tem que compreender isso e considerar a ingratidão, faz parte da vida. Um bom líder não fica se lamentando por isso e vai em frente na construção do seu objetivo.

Veja algumas sugestões que dentro de minha experiencia acredito que possam amenizar esse fator até então preocupante para o líder:

  • Pedir recomendações antes de contratar o colaborador
     Hoje os RHs estão muito mais compartilhados. Você telefona e eles dão as informações: esse funcionário trabalhou assim, esse outro não, esse apresentou documento falso. Conseguimos ter informações desse tipo. As referências podem ser muito bem utilizadas e geram até uma comunhão empresarial, para você saber o tipo de profissional que está colocando na sua empresa e a conduta que ele teve em outras organizações.
      No entanto, quanto à prática de verificar se o funcionário já fez denúncia contra algum empregador, isso é discriminatório. A gente não sabe qual foi a situação que ele passou para iniciar uma demanda trabalhista. Existem casos de pessoas que fizeram isso para obter vantagens ilícitas da empresa quanto profissionais que realmente foram lesados em seu direito e tiveram consequências em sua saúde por relações de trabalho. É muito relativo, e a gente não pode esquecer que é uma prática discriminatória no processo de seleção. As empresas que fazem esse tipo de coleta de dados podem até ser punidas.

  • Separar o pessoal do profissional
        Essa atitude é de extrema importância dentro da relação lider-subordinado, pois, é preciso cautela na hora de julgar o que é pessoal e o que é profissional. Conhecer as necessidades, familia, hábitos ,
pontos fortes e pontos a serem trabalhados de seu subordinado, não significa que deva estar em ambientes e relações conjuntas e simultâneas com o mesmo.
      Lembre-se que estreitar relação, não significa estreitar laços ou seja virar um "GRUDE". Isso  não bom para nenhuma das partes. Pelo contrário, deixa de ser uma relaçao saudável e se transforma em tortura.
  • Promover um ambiente de trabalho saudável
    Se você tiver políticas claras de remuneração e incentivo, feedback com o colaborador e uma boa liderança, o profissional vai entender que está em um ambiente de trabalho em que o respeito é mútuo. Não é um ambiente de ameaça, e sim um time. Os dois sabem claramente seu papel, a raiz está na liderança.  Promover um ambiente de trabalho saudável é muito importante para evitar traições. O melhor estilo de liderança para isso, é ser um líder com “mente de mestre”. É aquele que tem uma sabedoria prática, que ensina e faz. Cuida dos lucros, das pessoas e da sustentabilidade. Age conforme a situação. Não é daqueles que nunca voltam atrás, mas também não é daqueles que sempre voltam atrás. Cada situação requer seu modo de agir. Autocrático, quando precisa rapidez; democrático, quando precisa envolvimento; paternalista, quando precisa cuidar, e liberal, quando quer construir confiança. O pior estilo de líder é o manipulador. É, normalmente, o que mais coleciona traições.

  • Avaliar o desempenho e a conduta comportamental
O líder deve ser muito bom observador: Ele deve avaliar posturas, ver as competências comportamentais para entender o caráter da pessoa. Há muito profissional que não fala nada do que está acontecendo para o líder, diz que vai dar um jeitinho e deixa as coisas “por baixo dos panos”. Esse é o tipo de profissional que está trabalhando na mentira. Quando se fala a verdade, a gente trata os problemas com soluções, você possui ações assertivas, mesmo que tenha acontecido um erro. O RH das empresas não deve ser punitivo, mas corretivo. Nós sempre estamos errando e aprendendo. É muito importante analisar a conduta ética já nas pequenas ações para evitar aborrecimentos futuros.

  • Ter pontos de controle dentro da organização
        O líder precisa ter alguns pontos de controle para coordenar as atividades dos profissionais, principalmente na área financeira. Isso não significa que não pode haver confiança entre líder e liderado dentro da organização, mas é necessário que a empresa esteja nas mãos dos proprietários, antes de tudo. Se acontecer alguma coisa amanhã, você tem a administração da empresa na sua mão, ou seja, haverá meios de contornar a situação.

                 Os maiores traidores da história
Judas Iscariotes
Sem sombra de dúvidas, é o traidor mais conhecido da história. Por 30 moedas de prata, ele entregou o filho de Deus aos romanos. Judas beijou Jesus no rosto para que ele fosse reconhecido pelos guardas e recebeu uns trocados por esse serviço. Quando viu que Jesus seria morto, sentiu remorso e devolveu o dinheiro. Mas aí era tarde. Jesus já havia sido crucificado e Judas acabou se enforcando.

Marcus Junius Brutus
Brutus era um dos súditos favoritos de Júlio César. Muitos historiadores afirmam que ele era considerado como um filho para o imperador. No entanto, o apreço de César não foi suficiente para barrar a vocação republicana do filho adotivo, que se juntou a outro general para tomar o poder do Império Romano, mesmo que isso custasse a vida de César. Quando ele reconheceu o traidor entre os assassinos, disse a famosa frase: “Até tu, Brutus?”. Depois da traição, Brutus tentou dominar o Império Romano, mas acabou sem sucesso. Arrependido, suicidou-se mais tarde.

Joaquim Silvério dos Reis
Nos tempos do Brasil Colônia, Silvério dos Reis era um fazendeiro e proprietário de minas. Devido aos impostos cobrados por Portugal, estava falido e, exatamente por isso, foi convidado a associar-se à Inconfidência Mineira, primeiro movimento de independência do Brasil. Ele aceitou participar. No entanto, quando recebeu a proposta de quitar sua dívida com a Coroa, resolveu delatar os inconfidentes – entre eles, seu amigo Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. No fim das contas, Tiradentes foi enforcado e esquartejado e Joaquim Silvério quitou sua dívida, ganhou 30 moedas de ouro, cargos e títulos de Portugal, além de uma mansão e uma pensão vitalícia. Conta a história que, mesmo bem-sucedido, Joaquim vivia triste e deprimido.

Tommaso Buscetta
Um dos membros mais importantes da máfia italiana foi preso no Brasil e deportado para a Itália, onde se arrependeu e delatou todo o esquema da máfia. Tommaso entregou companheiros e informou a justiça sobre a estrutura da máfia e seus esquemas de corrupção de políticos. O “ex-mafioso” acabou ganhando proteção especial e salário para o resto da vida por ter colaborado com a polícia. Morreu em 2000, de câncer.

Augusto Pinochet
Salvador Allende, então presidente do Chile, escolheu Pinochet como comandante-chefe do exército chileno. Pinochet era considerado um general leal e declarou fidelidade ao presidente eleito. No entanto, chefiou as tropas que tomaram o poder no Chile por meio de um golpe militar. A artimanha aconteceu apenas 18 dias após Pinochet ter tomado posse como comandante do exército. Algumas pessoas afirmam que, assim que soube do golpe, Allende quis entrar em contato com Pinochet, porque era “um dos nossos”. Mas, claro, ele não respondeu ao chamado. Pediu a rendição do então presidente e ofereceu um avião para levá-lo ao exílio. A ideia de Pinochet era jogar Allende da aeronave, o que não aconteceu. Pinochet faleceu aos 91 anos de ataque cardíaco, sem honras de chefe de estado nem luto oficial.
   Percebeu que mesmo que seja por pouco ou por muito, a traição aconteceu; só que não há vantagem que compense o preço pago por nenhuma das partes.
    A idéia desse artigo, não é de alardear fatos que possam estremecer a relação lider-subalterno; mas que se tenha inteligência emocional para que sua vida pessoal e profissional seja saudável...

                             

                                 BOA SORTE!!!(voce irá precisar)







Postar um comentário

0 Comentários

Close Menu